هل يصبح اللبناني ميشال تامر رئيساً للبرازيل؟
تستعد بلدة بتعبورة الكورانية للاحتفال بوصول ابنها ميشال تامر الى رئاسة الجمهورية في البرازيل في حال اطاحت التظاهرات الشعبية التي تعصف بالبلاد برئيسة الجمهورية ديلما روسيف، فتؤول الامور الى نائبها تامر. وقد يتحقق هذا السيناريو نتيجة قرار منتظر من طرف الائتلاف الحكومي الحليف لروسيف والمقرر ان يعقد جمعيته العمومية في ال ٢٩ من الشهر الجاري ويحسم قراره في الازمة ويقرر الانسحاب من حكومة رئيسة حزب العمال روسيف ودعم تامر لشغل منصب الرئيس، وفق ما أشارت إليه وكالات عالمية ووسائل إعلام برازيلية.
ميشال تامر اللبناني
غادر ابن بتعبورة – الكورة لبنان كما كل الذين هاجروا في فترة الحرب العالمية الاولى هرباً من الجوع والظلم والاستبداد وذلك في العام 1913 الى البرازيل، حيث انه وقتذاك كانت غالب الهجرة في اتجاه اميركا الجنوبية.
ووفق مقال نشرته جريدة "النهار"، فإن والديْ ميشال تامر، نخول تامر مرشه بربر، غادرا لبنان وتركا فيه ولدين عاشا مع العائلة، قبل ان يلتحقا بالاهل بعد عشر سنوات، واما ميشال وشقيقان اخران فولدوا في البرازيل في العائلة المؤلفة من خمسة اخوة.
يتحدر ميشال من عائلة كانت تعمل في الزراعة، املاكها وارزاقها وزعت على الاهل في لبنان عام 1962، وبعد هذا التاريخ لم يعد يربطهم بالبلد الام الا الحنين والاشواق والذكريات .
رئيس بلدية بتعبورة المحامي بسام بربر نسيب والدة ميشال يؤكد "ان الاتصال مع عائلة تامر لم ينقطع ابدا، وهو مستمر الى الان ،كذلك الاتصالات مع الاقرباء الاخرين المنتشرين في كل مكان ."ويضيف :"يكن ميشال لبلدته الام وللبنان محبة كبيرة، وهو اكد لنا انه سيزورنا بعد ان يصبح رئيسا للجمهورية ،ونحن نعد العدة لذلك، بدأنا تحضير الساحة العامة واقواس النصر وفرق الدبكة وسنقيم عرساً يوم التنصيب كما بدأنا اقامة قوس نصر عند مدخل البلدة من جهة كفرحاتا."
ويتابع ان ميشال "قصد البلدة عندما زار لبنان رسميا في عيد الاستقلال سنة 2011 تلبية لدعوة الرئيس ميشال سليمان، ويومها تفقد المنزل الوالدي وركع عند عتبة البيت وقبل حجارته وتراب الارض. واقمنا له احتفالا مميزا ولكنه اصرّ علينا بضرورة تكريم والده، ومن هنا اطلقنا على الحديقة التي نجهز في الشارع الذي يحمل اسمه، اسم والده نخول تامر، وهو يساهم في تنفيذ بعض المشاريع في البلدة، كما وعدنا بأنه وفور انتخابه سيعمل على توأمة البلدية مع بلديات برازيلية عدة نستفيد منها في مجالات مختلفة لا سيما عللى صعيد الانماء العام."
نزار تامر ابن عم ميشال يقول ان ابن عمه يكن "محبة كبرى لجميع اهالي البلدة، وهو عراب ولديْه جاد وألين في العام 1997 عندما زار لبنان تلبية لدعوة الرئيس نبيه بري يوم كان رئيسا لمجلس النواب البرازيلي، كما زار بتعبورة ايضا وتعرف الى كل الاهل والاقرباء ونتمنى ان يصل الى رئاسة الجمهورية لنفرح به وتفرح البلدة ايضا والكوره ولبنان."
اقرباء اخرون لتامر يشيرون الى انه في زيارته الثانية الى بتعبورة التقى جميع الاهل والاقرباء "وسألهم عن طرق عيشهم وعن مصروفهم ومدخولهم وعن سبل تحسين زراعة الزيتون والانتاج وما الى ذلك من امور اخرى". وقالوا "انه شرب معهم العرق البلدي الذي اهدوه منه كما اهدوه الزيت والصابون البلدي من انتاج ارض الكوره الخيرة ،وهو شكر الجميع ووعد بالعودة اليهم رئيسا ونحن ننتظره".
تامر: لبنان والبرازيل بلدان شقيقان
ختاماً نعيد نشر مقال باللغة البرتغالية وجده "جبلنا ماغازين" على موقع ميشال تامر الإلكتروني الرسمي، وقد كتبته ونشره تامر في العام 2014، بعدما كان قد قام بعدد من الزيارات إلى لبنان في خلال السنوات الماضية وأسهمت في شد أواصر الارتباط بينه وبين جذوره اللبنانية وبخاصة مع بلدته بتعبورة. ووصف فيها لبنان والبرازيل بأنهما بلدان شقيقان، واعداً بعمل المزيد لتفعيل هذه العلاقة:
Brasil e Líbano: o futuro promissor de países irmãos
Por Michel Temer (28/1/2014)
A memória mais viva que carrego de minha visita ao Líbano é a do reencontro com minhas origens. Foi a ocasião de minha volta à vila de Btaaboura, na região do Khoura, no norte do Líbano, com a beleza que era recitada pelos meus pais: montanhas altas à beira do Mediterrâneo, vilarejos incrustados nas encostas, neve nos cumes. O cenário que eles viram ao se despedir do país e o qual eu encarei na minha chegada. Impossível não vir à memória o esforço empreendido pelos milhares de imigrantes libaneses para se estabelecerem no Brasil. E na maneira bem sucedida com que conseguiram prosperar em uma terra que os recebeu de mãos estendidas. Sem dúvida, a amabilidade do povo brasileiro tornou a mudança menos dolorosa. Como fosse uma retribuição, na volta ao lugar onde meus pais nasceram, casaram-se e de onde partiram para a América, fui recebido pelo entusiasmo de tambores, flautas, danças e de parentes que lá permaneceram. Ao lado de meus primos, celebramos o bom momento da relação entre Brasil e Líbano.
Voltei ao país como vice-presidente brasileiro e, assim, com obrigações redobradas. Se minha origem poderia me conduzir ao enternecimento, meu papel institucional me trazia enormes obrigações que já estamos a cumprir. Devemos, como brasileiros, fortalecer cada vez mais os laços com nossos irmãos libaneses. As oportunidades se colocam à nossa frente pelo papel que cada país carrega. O Líbano, um histórico entreposto comercial, que sempre conectou Ocidente e Oriente, desde o tempo do fenícios. O Brasil, um grande produtor agropecuário, de minérios e de artigos industrializados. Como nos lembrou o presidente da Assembléia Nacional, Nabih Berry, engatinhamos no intercâmbio de comércio, muito aquém de nossas reais e enormes possibilidades. Concordo, mas estou certo de ele que tem crescido, por iniciativa não apenas governamental, mas também do empresariado brasileiro. De outro lado, temos um tradicional e crescente interesse por produtos de origem libanesa. Em oito anos, quadruplicamos o volume de trocas comerciais, chegando a US$ 230 milhões anuais. Por isso, não foi por acaso, que participei da inauguração de um centro comercial no Vale do Bekaa, na cidade de Chtoura. O maior empreendimento da região, que vai levar diversas marcas brasileiras à população libanesa.
A intenção de desenvolver o comércio pôde se constatar em todos encontros com as mais altas autoridades daquele país. Na reunião com o presidente Michel Sleiman, recebi o pedido para instalação de nossas empresas, estatais e privadas. Levei adiante a viabilidade destes investimentos, que aproximariam ainda mais nossos países. Por exemplo, uma agência do Banco do Brasil teria um papel imprescindível para o fluxo financeiro entre os milhares de brasileiros e parentes que vivem lá e os que residem no Brasil. Também foi-me requisitada a possibilidade da Petrobrás fazer a prospecção e a exploração de petróleo e gás em áreas ainda inexploradas do Líbano. E o primeiro-ministro Najib Mikati afirmou que a demanda do mercado regional por aviões executivos justifica a futura presença de um escritório da Embraer em Beirute.
Um dos pontos altos da visita oficial ocorreu no âmbito militar. Reforçamos a presença brasileira no Líbano com o ingresso de nossa fragata União nas forças de paz da ONU. É a primeira vez que lideramos navios de diversas nacionalidades. O componente naval faz o patrulhamento da fronteira marítima com Israel e nossos oficiais de Marinha iniciaram treinamento de militares libaneses.
Ainda neste campo, acompanhei a parada militar que celebrava a Independência do Líbano, que representa não apenas a soberania nacional e a autonomia político-administrativa, mas a união entre as diversas correntes religiosas, todas representadas nas divisões das Forças Armadas Libanesas.
Também tive o prazer de inaugurar o Centro Cultural Brasil-Líbano, em Beirute. Um expressivo esforço do Estado Brasileiro para promover nossa cultura e difundir a língua portuguesa ao povo libanês.
Em minha bagagem, trouxe o compromisso por todo trabalho que devemos fazer para garantir o incremento desta relação. E as memórias de momentos mágicos que vivenciei de uma cultura magnífica que aprendi a apreciar ainda mais. Voltei com a certeza de que os laços que nos unem nos levarão a um futuro de extrema proximidade e de grandes oportunidades.
بالإمكان الاستعانة بخدمة الترجمة التي يتيحها "غوغل" لقراءة المقال بالإنكليزية